5 de Novembro
21h
teatro faialense
HIT THE ROAD
de Panah Panahi
Hit the Road estreou com grande sucesso no Festival de Cannes, onde foi recebido com aplausos pela crítica. O filme também ganhou o prémio de Melhor Filme no BFI London Film Festival em 2021.
Hit the Road acompanha uma família numa viagem que parece simples, mas carrega um profundo sentido de urgência e incerteza. Panah Panahi, filho do célebre realizador Jafar Panahi, apresenta uma obra que reflete as tensões políticas e sociais do Irão contemporâneo. A jornada desta família revela as pressões do exílio e as limitações impostas por regimes repressivos, enquanto sublinha a luta diária pela liberdade individual. O filme é um retrato íntimo e honesto de como, mesmo nas situações mais difíceis, a resistência e a esperança podem florescer. Numa época em que as liberdades são ameaçadas em várias partes do mundo, Hit the Road recorda-nos a importância da dissidência e da solidariedade.
12 de Novembro
21h
teatro faialense
OS MISERÁVEIS
de Ladj Ly
Os Miseráveis foi nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional e venceu o Prémio do Júri no Festival de Cannes em 2019.
Os Miseráveis é um retrato das tensões sociais e raciais que fervilham nos subúrbios de Paris. Inspirado por acontecimentos reais, Ladj Ly mostra como as estruturas de poder e as forças de segurança lidam com as populações marginalizadas, frequentemente de forma violenta e opressiva. O filme revela a desigualdade e a falta de oportunidades que alimentam a frustração e o ressentimento nas comunidades mais desfavorecidas. Numa época em que o racismo sistémico e a brutalidade policial são questões globais, Os Miseráveis é um apelo urgente à justiça social e à reforma dos sistemas que perpetuam a exclusão e a repressão. A obra sublinha a necessidade de questionar e resistir às injustiças quotidianas, reforçando a importância da luta coletiva.
19 de Novembro
21h
teatro faialense
DEPOIS DA TEMPESTADE
de Hirokazu Koreeda
Depois da Tempestade foi amplamente aclamado pela crítica, recebendo o Prémio de Melhor Argumento no Festival de Cannes em 2016.
Depois da Tempestade é uma obra que explora as complexidades das relações familiares. A história segue um escritor que, após uma série de fracassos pessoais e profissionais, tenta reconstruir a sua relação com a ex-mulher e o filho, enquanto lida com os fantasmas do passado. O realizador, conhecido pela sua abordagem sensível e profunda dos laços humanos, oferece uma reflexão sobre as dificuldades da vida adulta, a perda de ilusões e a busca pela reconciliação. Em tempos de crescente individualismo e distanciamento emocional, o filme sublinha a importância da empatia, da memória coletiva e da solidariedade nas relações familiares e sociais.
24 de Novembro
16h
teatro faialense
O LUGAR DAS MENINAS É ONDE ELAS QUISEREM
10 curtas de animação
O lugar das meninas é onde elas quiserem é um conjunto especial de curtas metragens que retratam personagens femininas confrontadas com situações que testam as suas capacidades individuais.
O Cineclube do Faial pretende afirmar a sua posição na luta pela igualdade de género, pelo que estende a celebração da emancipação feminina às crianças, com uma seleção especial de filmes que refletem sobre o papel das mulheres em diferentes contextos sociais, familiares e emocionais.
Segundo a Organização das Nações Unidas, “os direitos das mulheres fizeram um progresso significativo nas últimas décadas, desde a abolição de leis discriminatórias ao aumento do número de raparigas a frequentar a escola.” Mas, acrescenta, “apesar de todos os avanços relativos aos direitos das mulheres, nenhum país atingiu a igualdade plena entre homens e mulheres.”
Um programa especial de filminhos que retratam personagens femininas obrigadas a confrontarem-se com as suas próprias características, com a percepção que os outros têm delas e, acima de tudo, com a maneira como reagem diante das adversidades.
26 de Novembro
21h
teatro faialense
A IRMANDADE DA SAUNA
de Anna Hints
Filme vencedor do prémio de melhor documentário no festival Sundance e nos European Film Awards em 2023.
A Irmandade da Sauna é uma jornada sensorial e espiritual que transporta o espectador para as paisagens misteriosas da Estónia. A história acompanha duas mulheres que, em busca de uma conexão com as suas raízes ancestrais, exploram as florestas e tradições do seu povo. Através da prática de rituais antigos, este documentário mergulha nas crenças e no simbolismo das culturas nórdicas, enquanto questiona o impacto da modernidade nas tradições e nas identidades culturais. Liina Trige combina elementos do folclore estónio e da natureza selvagem para criar uma experiência cinematográfica profundamente imersiva. O filme não é apenas uma homenagem à ancestralidade, mas também um reflexo das lutas e das tensões entre o passado e o presente, entre o mundo rural e urbano.
5 de Dezembro
21h
teatro faialense
A QUIMERA
de Alice Rohrwacher
A Quimera estreou no Festival de Cannes em 2023 , onde recebeu elogios pela sua crítica social incisiva. O filme recebeu vários prémios e menções honrosas, consolidando Rohrwacher como uma das grandes vozes do cinema italiano na actualidade.
A Quimera explora as tensões entre o passado e o presente, através da história de escavadores ilegais que procuram artefactos arqueológicos para vender no mercado negro. Alice Rohrwacher utiliza essa busca para criticar a exploração do património cultural em prol do lucro, num sistema onde a história e a cultura são mercadorias. A narrativa reflete as desigualdades sociais que ainda hoje persistem, em que os marginalizados recorrem a meios ilícitos para sobreviver. A Quimera chama a atenção para a necessidade de uma redistribuição de recursos e poder, numa crítica ao capitalismo e à mercantilização da cultura, defendendo uma sociedade mais justa e equitativa.
10 de Dezembro
21h
teatro faialense
BOM DIA
de Yasujirô Ozu
Embora não tenha recebido grandes prémios internacionais no momento do seu lançamento, Bom Dia é um clássico obrigatório do cinema mundial.
Bom dia é uma comédia na qual o espectador vê o mundo através do olhar das crianças. Se , por um lado, Ozu repudia os comportamentos sufocantes dos mais velhos, também se preocupa com a imprudência desinibida e sem restrições dos jovens, que são mais influenciados pelos meios de comunicação de massas e pela cultura Ocidental do que pela família e pela tradição. Com a sua abordagem minimalista, o realizador captura a transformação da sociedade japonesa pós-guerra, onde o progresso e a modernização começam a modificar as relações tradicionais. Bom Dia é um olhar agudo e humorado sobre a mudança de valores e o impacto da tecnologia nas relações humanas.
14 de Dezembro
21h
casa do povo da ribeirinha
A QUE HORAS ELA VOLTA?
de Anna Muylaert
O filme recebeu o Prémio do Júri no Festival de Sundance, em 2015. Foi também foi indicado para Urso de Ouro no Festival de Berlim.
A Que Horas Ela Volta? é um olhar poderoso sobre as desigualdades sociais no Brasil, explorando a vida de Val, uma empregada doméstica que trabalha para uma família rica em São Paulo. Quando sua filha, Jéssica, vem de Pernambuco para fazer os exames nacionais, a dinâmica entre as classes sociais sofre uma reviravolta. Jéssica questiona as regras da sua mãe, colocando em evidência a luta pela dignidade e pelos direitos básicos. Através de uma narrativa sensível e realista, Anna Muylaert expõe o sistema de castas invisíveis que ainda divide a sociedade brasileira. O filme não denuncia apenas as desigualdades económicas e raciais, destacando, também, a importância da educação e da mobilidade social como caminhos para a emancipação.