16 de Setembro de 2024
Estudo aponta o futebol e a política como as áreas mais expostas à corrupção
Lusa

Autor do Artigo
476

O futebol e a política são as áreas mais expostas à corrupção em Portugal, segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) hoje publicado, que aponta ainda um problema reputacional da política.

Segundo o Barómetro da Corrupção, coordenado pelos investigadores Luís de Sousa e Susana Coroado e assente em 1.101 entrevistas a residentes em Portugal continental com mais de 18 anos, realizadas entre 25 de março e 22 de abril de 2024, em média, os participantes entendem também que a política só atrai pessoas que querem benefícios e que até as pessoas honestas se deixam corromper quando ocupam lugares de poder.

A perceção de corrupção é maior em relação aos políticos do que em relação a outros grupos, como os empresários, e, quando questionados sobre os atributos mais importantes ao votar num candidato, a integridade surge em segundo lugar, com 20,3% das respostas, atrás da orientação ideológica (24,2%).

Os dados revelam também que a perceção de corrupção relativamente aos políticos é indiferente ao regime, quer se trate de uma democracia ou de uma autocracia.

Apesar de concluir que todas as esferas de atividade são globalmente permeáveis à corrupção, os dados evidenciam a permeabilidade dos clubes de futebol e dos meandros políticos.

Colocados perante uma escala de 0 a 10 - de “nada corrupta” a “extremamente corrupta” -, os inquiridos dão uma nota de 8,1 aos clubes de futebol, seguindo-se os partidos políticos e as autarquias, ambos com 7,5, e o Governo, com 7,3, enquanto as forças de segurança e defesa são vistas como menos permeáveis a este fenómeno.

O estudo recordou igualmente os dados do recente Eurobarómetro Especial sobre Corrupção, que indicou uma preocupação muito maior com a corrupção em Portugal (93%) do que na média da União Europeia (70%), e partiu para a análise do entendimento desta realidade, resultando numa perspetiva legal do comportamento, ou seja, tem de haver uma violação da lei para ser considerado corrupção.

A amostra dividiu-se em quatro grupos no que toca à abordagem a este fenómeno, destacando-se dois: os chamados ‘intransigentes’ (34%), que consideram que a corrupção viola a lei e deve ser sempre condenável independentemente dos seus resultados, e os designados ‘falsos moralistas’ (32%), que deixam de entender determinada situação como corrupção se esta tiver efeitos positivos para a comunidade.

Entre diferentes cenários e o nível de tolerância a cada situação, o abuso de informação privilegiada para benefício de terceiros foi aquele mais percecionado como corrupção (com uma avaliação de 8,6 numa escala de 0 a 10), enquanto as portas giratórias (6,7) e a ‘cunha’ (5,1) se situaram no extremo oposto, sendo vistas com mais complacência pelos participantes.

O futebol e a política são as áreas mais expostas à corrupção em Portugal, segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) hoje publicado, que aponta ainda um problema reputacional da política.

Segundo o Barómetro da Corrupção, coordenado pelos investigadores Lu&ia…





Para continuar a ler o artigo torne-se assinante ou inicie sessão.
Pode tornar-se assinante por apenas 7€ por mês.

Contacte-nos através: 292 292 815 ou jornalincentivo@gmail.com.




Outras Notícias
PS vota contra Orçamento da Câmara com abstenção de cinco presidentes de Junta
.
Açores com precipitação e vento devido à depressão Dorothea
.
Grupo Aeroporto do Pico reitera que ampliação da pista "é possível"
.
Câmara exige 1,2 milhões de indemnização a empreiteiro do Parque de Estacionamento
.