“A evolução registada nos últimos 49 anos no que diz respeito à assistência de saúde no Faial, e até nos Açores, passa, sem dúvida, pelo Hospital da Horta”.
Esta foi uma das afirmações que marcou a sessão de comemoração do aniversário daquela instituição, que ontem completou 49 anos desde que passou a pertencer ao Estado, logo a seguir ao 25 de abril.
Discursando na ocasião a presidente do conselho de administração considerou 2024 como um ano importante para o Hospital da Horta.
Desde logo porque foram iniciadas as obras de requalificação do Bloco A que no próximo ano de 2025 celebra 40 anos sobre a sua inauguração, seguindo-se as intervenções previstas no Bloco B.
A decorrer está também a construção de um novo espaço que permitirá a instalação da ressonância magnética no Hospital. “Esta era uma necessidade identificada e uma mais valia para os nossos utentes, por se acrescentar capacidade instalada que garante uma resposta diferenciada”, considerou Teresa Ribeiro.
Mudando a agulha a presidente passou a referir-se ao sistema regional de saúde.
“O sistema regional de saúde, do qual fazemos parte, vem-se defrontado há muitos anos com problemas de subfinanciamento. E bem sabemos que não podemos resolver em dias aquilo que se arrasta durante muito tempo, até porque cada vez mais estamos sujeitos a várias pressões, como o aumento continuado da despesa, o envelhecimento demográfico, novas obrigações legais e a necessidade crescente de desenvolver e encontrar novas e melhores soluções sempre em prol dos nossos utentes, razão única da nossa existência e por quem trabalhamos diariamente”.
Para Teresa Ribeiro o Hospital da Horta não é alheio a nenhuma destas situações e tem particularidades bastante diferentes de todos os outros hospitais da Região e mais ainda do País.
“Lutamos diariamente”, continuou, “para que haja uma gestão adequada e eficiente dos meios e recursos que temos, mas nunca negamos que os mesmos são insuficientes. Assim, temos garantido, apesar dos constrangimentos, que ninguém fica prejudicado no acesso à saúde, que nunca esteve, nem estará em causa”.
Voltando às obras no Hospital da Horta, Teresa Ribeiro salientou que “neste ano foi possível certificar e realizar a manutenção da Câmara Hiperbárica, um procedimento obrigatório que se encontrava em atraso há alguns anos e estamos neste momento a desenvolver esforços para que, dentro das nossas possibilidades possamos rentabilizar ainda mais e melhor este equipamento tão diferenciado”.
Sobre a assistência aos doentes a presidente do conselho de administração destacou o facto deste ano termos voltado a ter, em permanência na ilha, uma médica oncologista.
“Além disso”, continuou, “e desde 2023 e também neste ano, temos mais especialidades a visitar o Hospital da Horta, como sejam, a cirurgia vascular, a genética médica e uma neurologista para aplicação de técnicas em articulação com os neurologistas que já se deslocam habitualmente ao Hospital, evitando-se assim a saída para o exterior da ilha de vários utentes”.
Assuntos que têm sido falados publicamente nos últimos tempos e que deixam em situação desconfortável o Hospital não foram referidos no discurso.
São por exemplo os casos de atrasos nos pagamentos aos utentes a também a médicos que vêm prestar serviço no Hospital.