17 de Outubro de 2024
Conselho de Ilha manifesta reservas ao aumento de 163% nos bilhetes da Atlânticoline
Rui Gonçalves

rui.incentivo@gmail.com
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Ligação entre São Roque e Velas mantém-se no inverno

A notícia que tem circulado sobre o aumento no preço dos bilhetes da Atlânticoline foi ontem, quarta-feira, o tema principal de discussão na reunião do Conselho de Ilha.

A partir de janeiro uma viagem no canal passará a custar 4 euros, mais 20 cêntimos do que atualmente. Mas este aumento só se aplica a residentes nos Açores.

Quanto aos não residentes, passarão a pagar 10 euros. Trata-se portanto, no caso dos não residentes, de um aumento de 163%.

O assunto foi levantado no Conselho de Ilha pelo presidente da Câmara do Comércio, Francisco Rosa.

A discussão sobre este assunto acabou por deixar para segundo plano o que era o tema principal da reunião de ontem à tarde, um parecer sobre o plano de investimentos do Governo Regional para 2025.

As opiniões dividiram-se quanto ao novo tarifário da Atlânticoline, sobretudo no que se refere ao aumento de 10 euros.

Alguns conselheiros manifestaram-se de acordo e outros estão contra. Houve no entanto um aspeto à volta do qual se gerou algum consenso. Foi reconhecida a necessidade do aumento do tarifário.

O grande pomo de discórdia foi o que alguns consideram um aumento exagerado, de uma só vez. Francisco Rosa, que levantou o assunto, classificou mesmo a medida como “um disparate”.

Para além disso, o conselheiro levanta dúvidas sobre a operacionalização e os procedimentos da aquisição de bilhetes que, em seu entender, pode levar a atrasar a saída dos barcos.

Mas há outras razões que remetem para o sentido de justiça. Por exemplo, o facto dos navios terem sido adquiridos com fundos da União Europeia e os cidadãos que viajam livremente no espaço europeu serem prejudicados relativamente aos locais.

O vice-presidente da Câmara, que concorda com a medida, lembrou que a empresa é mantida com os impostos doa açorianos, pelo que considera justo o aumento. Evocou o paralelismo com o que se passa no transporte aéreo. Todavia, para alguns conselheiros, esta lógica, neste caso, está invertida. Nos aviões passou-se de um preço alto para um mais baixo a fim de beneficiar os residentes e aqui é ao contrário.

Gui Meneses, por seu turno, afirmou não encontrar justificação para tão expressivo aumento e alertou para outro problema. Segundo ele a decisão “vai enterrar o turismo nestas ilhas”.

João Decq Mota, participando também no debate, acrescentou que enquanto a empresa sobe os preços dos bilhetes para rentabilizar a sua atividade, anuncia a manutenção da Linha Laranja para o inverno entre o Pico e São Jorge, com custos muito elevados e duvidosa frequência de passageiros.

Outros conselheiros participaram no debate que não foi conclusivo. Apesar de tudo, como referido acima, a necessidade de aumentar o tarifário acabou por reunir consenso.

 

Plano do Governo Regional

Os conselheiros deram parecer favorável ao Plano do Governo para o próximo ano. O texto aprovado foi decalcado do anterior e todos estiveram de acordo.

A presidente do Conselho explicou que o parecer para 2024 foi elaborado há menos de um ano, por causa das eleições antecipadas, o que leva naturalmente a muitas semelhanças entre os dois documentos do executivo. O Orçamento deste ano só entrou em vigou já no segundo semestre.

Mas, numa discussão destas, vem sempre à tona as divergências partidárias. É curioso verificar, por exemplo, a forma que os conselheiros utilizam para se sentarem à mesa: de um lado os do PSD; do outro os socialistas.

Esta oposição tem expressão no debate, que vai ficando cada vez mais difícil de acompanhar. Uns dizem que fizeram e agora não se faz; os outros dizem que não foi feito antes e que agora é que se está fazendo.

Estas posições ficaram bem claras numa frase do conselheiro Hugo Parente que, como se sabe, é um dos apoiantes mais entusiasmados com a atual solução governativa: “A gente vê a taxa de execução quando abre a janela”. E acrescentou que estão neste momento, em execução no Faial, obras que ascendem a um investimento de 100 milhões de euros.

Do outro lado ouviu, do antigo membro do Governo Gui Meneses, que não é só agora que se fazem obras na ilha do Faial. Também ele não deixou de evocar o que foi feito antes e deu vários exemplos, entre os quais, obras aguardadas também muito tempo como o Matadouro ou o Quartel dos Bombeiros.

A notícia que tem circulado sobre o aumento no preço dos bilhetes da Atlânticoline foi ontem, quarta-feira, o tema principal de discussão na reunião do Conselho de Ilha.

A partir de janeiro uma viagem no canal passará a custar 4 euros, mais 20 cêntimos do que atualmente. Mas este aumento só se aplica a residentes nos Açores.





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