A Festa de Santa Cecília, venerada como padroeira dos músicos, teve a sua celebração habitual no passado domingo.
Este ano foi notória a ausência do coro na celebração litúrgica que teve lugar, como é costume, na igreja Matriz.
Participaram as filarmónicas, desfilando pelas ruas da cidade e executando os respetivos hinos na igreja. No final, como também vem sendo habitual há anos, executaram, em conjunto, o conhecido Hino das Virgens.
A missa porém foi marcada pela ausência do grupo coral, tendo assim sido celebrada sem o canto litúrgico.
Tratou-se de uma situação extraordinária já que não é fácil de aceitar uma celebração eucarística solene sem a missa ser cantada.
O INCENTIVO procurou a explicação junto do pároco da Matriz, o anfitrião da celebração, mas não conseguiu mais do que a remissão, por parte do padre Marco Gomes, para o Ouvidor da Horta.
O padre Paulo Silva, por sua vez, declarou ao jornal que o assunto devia ser tratado com o pároco da Matriz pois era ele que tinha ficado responsável pela organização da celebração litúrgica.
Como o padre Marco Gomes não se disponibilizou para qualquer esclarecimento, o INCENTIVO faz fé apenas nas declarações de Paulo Silva.
Segundo o Ouvidor, a organização da festa era, nos últimos anos, assumida pelo padre Marco Luciano que, como se sabe foi transferido para os Arrifes, em São Miguel.
Sem qualquer justificação, este ano tudo foi preparado em cima da hora.
Em resultado dessa falta de organização, e sem dar outra justificação para o caso, o padre Paulo Silva adiantou que tinha surgido qualquer problema entre o pároco da matriz e o seu grupo coral, pelo que não foi possível a missa ser cantada por aquele grupo.
A festa de Santa Cecília no Faial é promovida há mais de 100 anos. Divergências sempre foram conhecidas quanto à sua organização.
Era costume reunirem-se cantores de todas as paróquias para a missa. Depois, com o passar do tempo, a participação começou a diminuir.
Mais recentemente foram o Grupo Coral da Horta e o Coral de Santa Catarina a assegurar o canto litúrgico.
Este ano surgiu o inesperado: numa missa em que os músicos prestam homenagem à sua padroeira não houve quem comparecesse e a celebração realizou-se, provavelmente pela primeira vez, “a seco”.
A missa em honra de Santa Cecília foi, no início da década de 80, a primeira transmissão, em direto, de uma festa litúrgica do Faial através de RTP para o auditório nacional.