O antigo vice-presidente do Governo açoriano está a ser investigado pelo Ministério Público por gestão danosa e participação económica em negócio.
A notícia foi avançada esta quarta-feira pela SIC e refere-se a uma série de negócios na SATA no tempo em que o político esteve no Governo.
O processo investiga prejuízos de quase 200 milhões de euros na companhia aérea.
A SIC adiantou ainda que o antigo presidente da empresa, Luís Parreirão, também está a ser investigado.
Nenhum dos suspeitos foi constituído arguido, mas já houve buscas da Polícia Judiciária. Só não aconteceram ainda na casa de Sérgio Ávila porque o tribunal não autorizou.
Segundo a SIC a juíza a quem coube o processo é casada com um colega do político que agora é deputado à Assembleia da República eleito pelo Partido Socialista no círculo eleitoral dos Açores.
Em causa está o A330, comprado em 2016, e que foi considerado um erro estratégico por estudos internos alegadamente ignorados pela administração da SATA.
O avião operou apenas durante quatro meses antes de ser retirado devido a altos custos operacionais, acumulando prejuízos que agravaram o passivo da empresa.
O Ministério Público levanta dúvidas sobre possíveis motivações políticas e interesses paralelos na decisão de compra do avião, apontando para a proximidade entre a administração da SATA e o Governo Regional. O Tribunal de Contas criticou o negócio do avião, descrevendo-o como “uma decisão tecnicamente insustentável e sem racionalidade de gestão”.
A investigação também abrange alegados atrasos em pagamentos de compensações financeiras pelo Governo Regional socialista à SATA, vistos como fatores que contribuíram para os prejuízos da empresa.
A controvérsia judicial foi ampliada pelo envolvimento da juíza Maria José Machado, casada com um político do PS, que pediu escusa do caso, mas teve o pedido rejeitado. Embora tenha autorizado buscas a outros locais, recusou-as à casa de Sérgio Ávila, decisão que gerou críticas pela suposta falta imparcialidade.
Sérgio Ávila disse à SIC desconhecer as acusações e nega envolvimento direto nas decisões contestadas.