As capturas de goraz em águas dos Açores, para as quais estava proposto um corte de 35%, acabaram, no acordo sobre as possibilidades de pesca para 2025, numa quota provisória de 280 toneladas entre janeiro e junho.
A quota provisória, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura e Pescas, irá permitir que a frota de pesca dos Açores opere com regularidade enquanto se prepara uma nova avaliação baseada em dados científicos atualizados, uma vez que, segundo o ministro, a Comissão Europeia se baseou em informações de 2021.
Se em junho a conclusão for da necessidade de corte nas capturas de goraz, o Governo irá compensar os pescadores afetados pela redução.
Na reunião do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas, que se iniciou na segunda-feira e arrastou pela madrugada de hoje, Portugal conseguiu um aumento global das quotas de 561 toneladas, para um total de 18.419 toneladas, que correspondem a 2,8 milhões de euros.
Nas águas continentais, de acordo com os dados do ministério, as capturas de goraz aumentam 53%, de tamboril 17%, de areeiro 23% e das raias 6%, tendo-se mantido a quota da pescada.
No que respeita ao bacalhau, a Noruega impôs um corte de 26% em águas de Svalbard, para as 992 toneladas, mas, por outro lado, foi reaberta a área 2J3Kl da Organização de Pescas do Atlântico Noroeste (NAFO), junto ao Canadá, encerrada há 32 anos, cabendo a Portugal 234 toneladas, com o compromisso da revisão da chave de repartição no futuro.
Os ministros das Pescas da UE reúnem-se anualmente em dezembro para decidir os totais admissíveis de capturas em águas do Atlântico e do Mediterrâneo, com negociações tradicionalmente longas e difíceis para se chegar a um equilíbrio entre a proteção das espécies e da atividade de pesca.
Portugal esteve representado pelo ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, e a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar.