O especialista em relações internacionais Luís Andrade considera “prematuro” antecipar até onde vai a “imprevisibilidade” de Trump, mas acredita que o cenário em relação à Base das Lajes e a Portugal não vai sofrer “alterações”.
Em entrevista à Lusa, Luís Andrade defendeu que o Donald Trump, que tomou posse na semana passada como Presidente dos Estados Unidos, "é muito imprevisível”, mas que “ainda é prematuro para se ter uma ideia clara do que irá acontecer”.
O docente e estudioso das relações bilaterais entre Portugal e os Estados Unidos não antecipa em relação ao país e à Base das Lajes, nos Açores, “grandes alterações, na medida em que os Estados Unidos sempre contaram com um apoio muito claro da infraestrutura desde a 2ª. Guerra Mundial”.
“Havendo um acordo bilateral, e ainda por cima Portugal sendo membro da Aliança Atlântica, não vejo que se corra o perigo, digamos assim, de Trump querer comprar os Açores”, afirma o especialista, numa analogia face ao que se está a passar em relações às pretensões norte-americanas na Gronelândia.
De acordo com o especialista, a administração Trump “veio alterar radicalmente a ordem mundial desde o final da segunda guerra mundial”, desenvolvendo “atitudes semelhantes às de [Vladimir] Putin (Presidente russo) e China”.
“É um teocrata que não reconhece a ordem e direito internacional que existe neste momento. Há quem fale em desordem mundial”, afirma Luís Andrade.
Nesta “nova ordem internacional em que o estado natural é de guerra, em que não há normas”, adianta, os países-membros da União Europeia “têm que estar muito unidos relativamente às respostas a dar aos Estados Unidos”, bem como na Aliança Atlântica.