Após o fracassado golpe militar "contra-revolucionário" de 11 de Março de 1975, foram nacionalizadas 253 empresas, num processo que ocupou mais de vinte números do "Diário do Governo" e durou 16 meses.
O processo atingiu os "sete magníficos", os maiores grupos económicos existentes até à Revolução: CUF, Espírito Santo, BPA, Champalimaud, Fonsecas e Burnay, BNU e Borges e Irmão.
Em 1979, eram contabilizadas 1.022 empresas participadas diretamente pelo Estado.
Demorou 13 anos a iniciar-se o "contra-ciclo" com as privatizações do Banco Totta e Açores, no primeiro Governo de Cavaco Silva, em 1988.
Cronologia das nacionalizações mais marcantes
1975
14 de março
O mesmo "Diário do Governo" que publicava o decreto de criação do Conselho da Revolução decretava a nacionalização da banca, com exceção do Crédit Franco-Portugais, dos departamentos portugueses do Bank of London & South America e do Banco do Brasil, das caixas económicas e das caixas de crédito agrícola mútuo.
15 de março
O Conselho da Revolução nacionaliza todas as companhias de seguros, com exceção da Europeia, Metrópole, Portugal, Portugal Previdente, A Social, Sociedade Portuguesa de Seguros e O Trabalho, dada a significativa participação de companhias de seguros estrangeiras no seu capital.
16 de março
O IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves, nacionaliza a TAP, empresas refinadoras e distribuidoras de petróleo, com excepção das distribuidoras estrangeiras (Sacor, Petrosul, Sonap, Cídia), CP, Siderurgia Nacional, empresas produtoras, transformadoras e distribuidoras de electricidade - incluindo participações estrangeiras.
09 de maio
Nacionalizadas as sete empresas de cimentos e cinco indústrias de celulose e cerca de um quarto do capital da Celbi.
13 de maio
Nacionalizadas várias empresas de tabacos.
05 de junho
Nacionalizados o Metro, a empresa geral de transportes (Carris) e 55 empresas de transportes públicos. 14 de Agosto de 1975 - Empresa de Pirites Alentejanas.
21 de agosto
Grandes empresas químicas, em especial petroquímicas e adubeiras.
30 de agosto
Empresas cervejeiras do continente e duasdos Açores e Madeira.
01 de setembro
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Setenave - Estaleiros Navais de Setúbal e CUF
1976
13 de novembro
Companhia das Lezírias do Tejo e Sado.
02 de dezembro
Nacionalizadas a atividade de radiodifusão e a RTP.
1976
20 de julho
São nacionalizadas empresas deconservação, produção, serviço, transformação e comercialização depescado.
29 de julho
A Imprensa fecha a porta das nacionalizações. As empresas proprietárias do "Diário de Notícias", de "O Século", do "Diário Popular" e de "A Capital" passam para o setor público juntamente com diversas firmas de artes gráficas e edição de publicações.