João Garcia

Controvérsias e Celebrações

11 de Julho de 2024


Porto do Varadouro

As gruas dos portos têm sido um tema recorrente pela sua inoperacionalidade e pela falta de planeamento nas respetivas manutenções. Foi exatamente isso que aconteceu com a grua do Porto do Varadouro, que ficou inoperacional por um período anunciado de dois meses em plena época alta, gerando indignação entre os muitos utilizadores dessa infraestrutura, para diversas atividades.

O que mais me surpreendeu foi a posição assumida na Assembleia Municipal da Horta, pelos deputados do PSD e CDS, que tentaram atribuir ao Presidente da Junta de Freguesia do Capelo a incompetência dos sucessivos Governos, apesar deste se ter posicionado, sempre, do lado da solução. Utilizou-se um expediente em 2014 para a aquisição da grua, onde a Junta de Freguesia se disponibilizou para resolver o problema nessa componente, mediante o compromisso de que seria o Governo ou a Lotaçor a assumir a manutenção do equipamento. Os constrangimentos relativos à operacionalidade repetiram-se culminando, recentemente, com a Lotaçor a resolver uma questão que poderia e deveria ter sido solucionada em 2021, quando o Governo realizou o concurso para a manutenção da grua.

Felizmente, hoje a grua está a funcionar graças ao empenho de todos, mas não se pode ludibriar a história indefinidamente. Este problema tem raízes antigas e não é correto querer passar a responsabilidade para a Junta de Freguesia do Capelo, que de forma alguma tem competências para tal. O que deve ser feito é a Junta de Freguesia do Capelo ceder, em definitivo, o equipamento a quem tem a devida responsabilidade, clarificando assim esta questão.

 

Frente de Mar

Foi inaugurada do dia 2 de julho, integrada no aniversário da Cidade, com pompa e circunstância, a "praça central da frente de mar", uma empreitada, na minha opinião, infeliz, mal planeada, mal-executada e que destruiu parte do património faialense. Sou um dos poucos que ainda mantêm esta opinião, o que não é difícil de entender, visto que o Partido Socialista foi responsável por esta transformação. Durante a campanha, a oposição, leia-se PSD/CDS, usou-a como uma das heranças desastrosas, mas, no fim de contas, nada mudou e bem pelo contrário, já pensa na continuidade deste infortúnio que a nossa cidade sofreu.

Não me agrada saber que fizemos uma praça a 100 metros de outra, que custou milhões de euros, nem que se destruiu património com mais de 100 anos ou que se arruinou o traçado de pedra de calçada que ligava o Parque da Alagoa à Igreja das Angústias. Não me agrada que se tenha deslocado a Estátua de Manuel de Arriaga do Largo com O Seu Nome e, também, não me satisfaz ver carros estacionados em cima de zonas de passeio, nem que o estacionamento seja cada vez mais caótico, sobretudo sabendo que há quem entenda que a modernidade da nossa terra passa por esta transformação, onde a nossa linda cidade parece um estaleiro sem fim.

 

Dia da Cidade

Os 191.º anos de elevação da Horta de Vila a Cidade contou com vários momentos de destaque, entre os quais a Sessão Solene no Teatro Faialense, o 4th Jully e a Festa Branca, que deram um novo impulso a estas comemorações. A retoma do baile do 4th Jully é uma medida acertada e, ao incluí-lo no programa das festas da cidade, o município demonstra compromisso e apoia de forma decisiva a continuidade deste evento singular nos Açores. A Festa Branca é uma aposta ganha por este executivo municipal, trazendo mais-valias para o concelho e agradando à população. Seria importante ouvir os empresários de vários sectores para compreender o impacto económico deste evento.

 

Incertezas

As ligações áreas com o Faial continuam a ser tema de conversa e de desagrado. Descemos de 14 voos semanais, para 10 semanais e neste Verão IATA para 9 voos por semana. Na inauguração da "praça central da frente de mar", o Presidente do Governo não foi claro e objetivo, como foi tantas vezes no passado, relativamente à ampliação do Aeroporto da Horta. Caso para se dizer que já são longos os anos em que o passa-culpa, em detrimento da defesa do Faial, entram neste "vale tudo" que só nos traz incerteza no futuro e desincentiva quem quer investir. Pelo visto, a guinada à direita política ainda nos trouxe mais dissabores.

 

Greves

As greves nos transportes marítimo de passageiros e aéreo, anunciadas para as próximas semanas, representam um desafio significativo para todos os envolvidos. A cooperação entre todas as partes interessadas e a preparação adequada, podem ajudar a reduzir os impactos negativos e garantir que, mesmo no meio da adversidade, as viagens possam ocorrer da forma mais tranquila possível. Terá de haver bom senso, não só porque estamos em plena época alta, mas sobretudo porque importa garantir o bem-estar e os bons cuidados a quem tem de utilizar os transportes por razões médicas.

 

Farol da Ribeirinha

Passados 26 anos do devastador sismo de 9 de julho de 1998, que causou grandes danos no Farol da Ribeirinha e nas construções adjacentes, é lamentável constatar que pouco foi feito para restaurar este importante marco histórico. Apesar de vários projetos e promessas, incluindo a proposta da Direção Regional da Cultura dos Açores, em 2017, para consolidar as ruínas e criar módulos museológicos, a realidade é que a torre e os edifícios anexos continuam em estado de degradação.

A substituição temporária, em 1999, do farol por uma lanterna, garantiu a sinalização marítima, mas não substitui o valor histórico e cultural da estrutura original. A mobilização da Liga dos Amigos do Farol e a apresentação de um abaixo-assinado em 2001 demonstraram o desejo da comunidade de preservar o farol, mas as ações concretas não acompanharam essas intenções. É crucial que as autoridades reconheçam a importância deste património e avancem com os projetos de restauração e musealização. A inércia não pode continuar a ser a resposta. É necessário agir para devolver a dignidade e funcionalidade ao Farol da Ribeirinha, honrando a história e promovendo o turismo cultural na ilha do Faial, porque entretendo passaram 26 anos!

Porto do Varadouro

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