João Garcia

Mas que “Satisse”!

17 de Julho de 2024


Ouvimos há não muitos dias o, entretanto, empossado presidente do conselho de administração do grupo SATA, ouvido em comissão parlamentar na ALRAA, apresentar como medidas chave para a boa gestão deste conjunto de empresas, com capitais exclusivamente públicos e que prestam um serviço público aos Açores, o encerramento da rede de lojas da empresa e a redução de chefias intermédias existentes. Relativamente à segunda medida, o tempo fará justiça quanto à sua implementação e resultados efetivos.

No que respeita ao encerramento da rede de lojas, já creio que a medida se apresenta, desde logo, ameaçada pela eficácia que poderá trazer ao nível das contas da empresa, mas principalmente por não contribuir para o serviço público.

Estas lojas são, de uma forma geral, o ponto de acesso à companhia, em toda a Região, para um conjunto muito relevante dos utentes da empresa, com enfase para os que estão menos familiarizados com as novas tecnologias, ou que preferem não ter agências a intermediar a compra de passagens ou, simplesmente, os que pretendem um contacto pessoal e direto com a SATA, ainda que para reclamar e não nos faltam razões.

Por outro lado e numa dimensão eminentemente local, que acredito que poderá ser ampliada à realidade de outras ilhas, a muito antiga loja da SATA na cidade da Horta (anteriormente acolhida noutros espaços da cidade), serviu e serve como elemento dinamizador da urbe, pelo movimento que gera onde se encontra instalada, oferecendo atualmente essa função ao nosso Largo do Infante D. Henrique. Logo, o seu encerramento será, também, mais um significativo contributo para a desertificação, da já moribunda, cidade.

Mas sinceramente, são estas as medidas que vão colocar a SATA / Azores Airlines no bom caminho? A rede de lojas da SATA dá prejuízo? A loja da SATA na cidade da Horta dá prejuízo (ao que sabemos o edifício onde se encontra instalada é da própria companhia)? Então, qual a razão para tão célere decisão de encerramento? Evidentemente será, muito provavelmente, uma medida fácil, implementável a curto prazo (para poder exibir prática de gestão) que, contudo, não irá trazer resultados positivos para a companhia, quer em termos financeiros, quer em termos de imagem, quer em termos de acesso à população. Acresce que esta rede, foi objeto de ampla promoção e inclusive investimentos em termos de imagem, num passado muito recente.

O Conselho de Administração, ainda antes de tomar pulso aos problemas numa dimensão global, de forma salomónica, tratou de anunciar medidas avulsas que trarão resultados, muito provavelmente, irrisórios.

Localmente, o anúncio foi recebido, mais uma vez e como em tantos outros casos, com apatia. Perdemos este serviço, como perdemos outros no passado, como por exemplo a saída da loja da TAP, com absoluta passividade. Mais uma vez, não vemos qualquer ação local no sentido de contrariar este processo.

Qualquer dia serão outros e continuaremos a aceitar. São estes processos que geram falta de atratividade para todos e, também, para os mais novos.

É importante implementar boas práticas de gestão na SATA, mas façam-no com medidas que permitam resultados significativos e efetivos e não com medidas avulso, que podendo ser as mais fáceis, não trarão nada de bom.

Creio que a tutela e todas as forças locais, ainda irão a tempo de pedir fundamento racional para esta medida e aferir da sua adequação.

Veremos se será evitada mais esta “Satisse”!

Ouvimos há não muitos dias o, entretanto, empossado presidente do conselho de administração do grupo SATA, ouvido em comissão parlamentar na ALRAA, apresentar como medidas chave para a boa gestão deste conjunto de empresas, com capitais exclusivamente públicos e que prestam um serviço público aos Açores, o encerramento da red…





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