Carlos Faria

SATA, quem tem o remédio certo: AVANCE!

22 de Julho de 2024


A SATA é uma empresa pública regional fundamental à gestão da autonomia como prestadora de um serviço público de transporte aéreo interilhas e dos Açores para o exterior, assim, é normal que a sua tutela e conselho de administração, por vezes, tomem decisões que não sejam comercialmente rentáveis desde que tragam benefícios justificáveis para a população que serve: a Açoriana.

O exemplo mais recente que se enquadra nisto é o caso de a SATA, nos anos mais recentes, ter continuado a assegurar as obrigações de serviço público para os aeroportos regionais com gateways não liberalizadas sem as devidas compensações da prestação deste serviço público, isto por culpa do governo da António Costa antes, no que, agora, já é da responsabilidade do de Montenegro.

Todavia, também foi evidente que a SATA, mais do que prestar um serviço público, foi, há uns anos atrás, alvo de medidas de gestão política ruinosa que extravasavam em muito a prestação de um serviço público e sem beneficiar a generalidade dos Açorianos. Foram opções políticas financeiramente desastrosas que iam levando à total falência da empresa, pior ainda, mesmo depois de se demonstrar esses erros, insistiram em repeti-los nos anos seguintes.

Assim, não é de admirar que, quando o ciclo político mudou, a SATA continue a ser usada como instrumento de guerrilha política, onde os maiores culpados pela falência da empresa em vez de assumirem os seus erros, acusam o Governo dos Açores de não procurar soluções para a recuperar. Infelizmente, há uma voragem nos partidos políticos em democracia que tendem a aproveitar o presente para benefícios partidários de curto-prazo em detrimento da busca de consensos para soluções difíceis hoje e que só tragam benefícios no futuro.

Não é difícil perceber que a complexidade da SATA dificulte o executivo em encontrar soluções. Esta tem agora um novo conselho de administração completo e nesta voragem política de se querer ouvir e opinar tudo antes de se arrumar a casa, este obrigou-se ao anúncio e tomada de medidas à pressa e optou por uma: o fecho das lojas de venda da SATA fora dos aeroportos.

Confesso que a medida não me agrada, pois não acredito que a mesma conduza a uma redução de despesas significativas para que a possa considerar como algo de significativo para a resolução do sufoco financeiro do grupo SATA. Apenas é fácil de se tomar e aplicar rapidamente. Todavia, também é verdade que é uma medida que afeta todas as ilhas com este tipo de lojas, assim, mesmo descontente, esta opção não é discriminatória contra o Faial, ao contrário de outras opções políticas no passado com esvaziamento da Horta face a outras cidades dos Açores. Ao menos esta toca a todas por igual e felizmente, nenhum trabalhador do quadro será despedido.

Mais, a generalidade dos serviços ali prestados, não a totalidade, pode ser efetuado em qualquer agência de viagem, sobretudo, o atendimento de pessoas que têm dificuldade em aceder às novas tecnologias. Poucas vezes fui à loja no Largo do Infante, sempre fui bem atendido pelos trabalhadores, mas confesso que na privada senti um maior empenho dos respetivos gerentes na resolução das minhas pretensões. A culpa não é dos colaboradores, mas sim da máquina burocrática que me parece ser bem mais flexível na privada do que no público.

Ideologicamente sou de centro direita e não gosto de ver o setor público a concorrer deslealmente com o dinheiro dos meus impostos com os privados, já de si sobrecarregados pela máquina tributária. Sei que esta ideia não é partilhada por outros que ocupam o meu campo ideológico. Lamento o fecho, mas o Faial, só foi esvaziado mesmo quando viu transferir serviços desta para outra ilha, perdendo peso relativo face a estas, agora… apanha por tabela à escala regional.

Há para o Faial outras razões bem maiores de queixa do que este fecho e já do tempo deste ciclo político: o número de voos para a Horta que continua aquém do pretendido, a demora do processo de ampliação da pista, a questão do transporte marítimo de mercadorias e as baixas taxas de execução dos orçamentos nas rubricas destinadas a esta ilha em anos anteriores.

Entretanto, continuo a não ouvir uma única proposta válida vinda da oposição que arruinou a SATA para resolver o problema legado, ela que tanto gosta de ser ouvida com o argumento de que o executivo não tem uma maioria absoluta, mas é incapaz de indicar um remédio consistente para o futuro desta empresa que deixou ligada às máquinas e ninguém parece ter o remédio certo para ela.

A SATA é uma empresa pública regional fundamental à gestão da autonomia como prestadora de um serviço público de transporte aéreo interilhas e dos Açores para o exterior, assim, é normal que a sua tutela e conselho de administração, por vezes, tomem decisões que não sejam comercialmente rentáveis d…





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