Carlos Faria

Há tanto para fazer no Faial!

02 de Setembro de 2024


Quando se olha para o que é preciso fazer no Faial, descobre-se, rapidamente, que há mesmo muita coisa por fazer. Isto acontece porque, de facto, durante muitos e muitos anos se acumulou tanta coisa acessória e estratégica que agora é praticamente impossível, em poucos anos, recuperar o atraso do longo abandono a que esta ilha esteve sujeita.

Vendo o que se tem passado no ainda curto novo ciclo político do governo dos Açores, que nem quatro anos tem, verifica-se que o executivo Regional não pegou em tudo ao mesmo tempo, optou por obras estratégicas de maior dimensão e tem protelado muitas das acessórias.

Assim, o que está a acontecer neste momento no Faial é um ciclo de grandes obras como a Construção do Tecnopolo MARTEC, a 2.ª Fase da Variante à Horta e o Centro Intergeracional da Feteira, além de outras em setores sociais estratégicos e menos visíveis da rua como as intervenções na Escola Secundária Manuel Arriaga e a beneficiação e requalificação do Hospital da Horta.

Contudo, neste novo ciclo político, nem tudo o que era fundamental e estratégico para o Faial já está assegurado. Não! Um dos exemplos mais gritantes de projeto estratégico por arrancar é a ampliação da pista do aeroporto da Horta e, de facto, mesmo não sendo uma empreitada da responsabilidade direta do Governo dos Açores, a verdade é que existem ainda muitas dúvidas sobre o que de facto vai acontecer naquela infraestrutura.

Não é uma obra, mas é também um problema estratégico que há longos anos se vinha a agravar e que com este Governo ainda não melhorou. Falo da questão do número de voos e de lugares na ligação aérea entre o Faial e Lisboa. Não vale a pena a empresa pública regional, sob a tutela do executivo dos Açores, dizer que não é rentável esta rota, quando a não total transparência dos números das receitas e despesas em torno desta é a melhor prova da sua rentabilidade face à falta de vontade política em dinamizar esta mesma ligação.

Agora existem, de facto, muitas pequenas obras que, apesar de não serem tão estratégicas para a economia do Faial, importam para manter a qualidade de vida dos Faialenses, diversificar as atividades na ilha ou não comprometer situações futuras e estão dispersas por todas as freguesias e muito expostas à denúncia pública.

O reforço da Muralha e do Castelo de São Sebastião, cuja urgência para não obrigar a uma intervenção futura muito mais cara, talvez seja aquela mais evidente que ultimamente tem merecido mais atenção.

Mas recordo-me que a estabilização e dinamização das ruínas do Farol da Ribeirinha foram alvo de várias apresentações públicas em campanhas eleitorais políticas ao longo de mais de uma década e nada se fez por nenhum dos proponentes dessas obras ao longo dos seus vários mandatos iniciados e concluídos muito antes do atual ciclo político.

As termas do Varadouro tiveram no passado um tratamento distinto do dado às termas de outras ilhas e o efeito foi evidente; as do Faial foram as únicas sem qualquer recuperação e reaproveitamento do espaço ao contrário do que aconteceu noutras terras no anterior ciclo político.

Contudo, há uma coisa que não cabe ao poder político fazer: mobilizar e potenciar a capacidade da população e do setor privado Faialense em investir na sua própria terra, promover a sua ilha e assumir a sua parcela na dinamização socioeconómica do Faial. Vejo outras ilhas, até com menos habitantes, onde o setor privado é mais dinâmico e participativo e investe mais na sua terra que são mesmo capazes de gerar parcerias e de trazer iniciativas económicas e comerciais para a sua ilha.

O Faialense deve ser reivindicativo para a sua terra perante o poder político e nunca se dar por satisfeito, mas também precisa de melhorar no que lhe compete ser como agente proativo no desenvolvimento do Faial.

Quando se olha para o que é preciso fazer no Faial, descobre-se, rapidamente, que há mesmo muita coisa por fazer. Isto acontece porque, de facto, durante muitos e muitos anos se acumulou tanta coisa acessória e estratégica que agora é praticamente impossível, em poucos anos, recuperar o atraso do longo abandono a que esta ilha esteve sujeita.

Ve…





Para continuar a ler o artigo torne-se assinante ou inicie sessão.


Contacte-nos através: 292 292 815.
637
Outros Artigos de Opinião
"Eles vivem noutro mundo"
Rui Gonçalves

A ABRIR
.
"Heráldica da Horta uma herança que não pode ser s…"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Portas com Histórias"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Matias Simão"
Jorge Moreira Leonardo

FOLHETIM
.
"Há tanto para fazer no Faial!"
Carlos Faria

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"Artur Lima desta vez perdeu"
Rui Gonçalves

A ABRIR
.
"Matias Simão"
Jorge Moreira Leonardo

FOLHETIM
.
"Um centenário e um exemplo de cooperação"
Carlos Faria

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"Matias Simão"
Jorge Moreira Leonardo

FOLHETIM
.
"Há sempre alguém para almoçar"
Rui Gonçalves

A ABRIR
.