O discurso que Luís Garcia levou ao Congresso do seu partido no fim-de-semana passado tem dado que falar.

Ampliado pela comunicação social e sobretudo pelas redes sociais, é praticamente unânime a opinião daqueles que se manifestam no espaço público. A unanimidade é obviamente no sentido concordante com as declarações do presidente da Assembleia Regional.

Luís Garcia, vá lá saber-se por quê, ao fim de tantos anos na política, resolveu afrontar publicamente o líder do seu partido. Mais do que do conteúdo da mensagem, fico com a ideia de que as pessoas gostaram da afronta.

Quanto ao conteúdo, não é novidade para ninguém. Apesar do efeito conseguido, no local, porque Luís Garcia marcou o Congresso, e mediático, parece-me que faltou alguma articulação e consistência ao PSD do Faial.

Se tivermos em conta, por exemplo o caso da Assembleia Municipal, onde o partido tem apresentado diversas moções, sou levado a pensar que a posição de Luís Garcia evidenciaria outra consistência se tivesse sido acompanhada por uma moção sobre mobilidade apresentada ao Congresso pelo PSD do Faial.

Vamos ver se o PSD desperta agora para o problema. É que agora está no Governo.

Continuarão a servir de pouco declarações, mais tranquilas ou mais emocionadas, ou reuniões que deixam tudo na mesma.

Há quem pense e diga que estamos perante a melhor oportunidade para fazer exigências ao Governo. O PSD vem ganhando eleições na ilha, como aconteceu na Câmara Municipal com a deposição do Partido Socialista ao fim de tantos anos.

Esta vitória, protagonizada por Carlos Ferreira, e a outra, para a Assembleia Regional, com o próprio Luís Garcia a atingir uma votação inesperada, deviam obrigar o PSD e o seu Governo a prestar mais atenção ao Faial, dizem.

Talvez fosse útil ver alguns plumitivos da nossa praça, aqueles que assinam os seus textos e os que não se identificam, a remar para o mesmo lado.

A colega deputada de Luís Garcia, igualmente eleita pelo Faial, desdobra-se quinzenalmente no Tribuna das Ilhas a cantar hossanas a este Governo.

Se realmente há vantagem em manter o rumo, estamos perante uma boa oportunidade para reunir a tripulação e fazer-se ouvir a voz de comando.

No Congresso do PSD ficou clara a voz de comando; no Faial não se sabe quem é o comandante.