Eleições – As autárquicas de 2025 são uma oportunidade para os faialenses refletirem sobre as promessas feitas, o que foi cumprido e avaliar se estamos melhor, iguais ou pior do que em 2021. Este é o momento de termos discernimento, evitar ser seduzidos por promessas de última hora e escolhermos com plena consciência o futuro que queremos para a nossa terra.

Aeroporto da Horta – Há a possibilidade de reabrir o processo de concessão do Aeroporto de Lisboa e dos restantes aeroportos (Horta, Ponta Delgada, Flores, Funchal e Faro), estendendo o prazo por mais 25 anos, ou seja, até 2087. Abre-se, em 2025, novamente a oportunidade de retificar os erros cometidos pelos Governos da República e colocar nessa negociação com a VINCI a ampliação da pista do Aeroporto da Horta.

Acessibilidades aéreas – A sazonalidade turística está a afetar novamente o tecido empresarial do Faial, resultado de uma falta de programação e promoção atempada da rota Lisboa/Horta/Lisboa. É imperativo que o Governo Regional dos Açores encare esta realidade com seriedade e estabeleça metas claras e objetivas para corrigir este problema. Tal como já acontece com Ponta Delgada e Lajes, é urgente criar mais ligações e repensar de forma estratégica e atempada a programação da época baixa de 2025. A economia local e as empresas da ilha não resistirão por muito mais tempo à ausência de promoção eficaz da rota e às suas consequências. Esta oportunidade depende, em última instância, dos faialenses, que não podem aceitar mais promessas incumpridas, e tem de fazer sentir o seu descontentamento com uma discriminação negativa permanente.

Porto da Horta – O Governo Regional e o Município da Horta dispõem da estabilidade governativa necessária para encarar os faialenses e apresentar os planos para o nosso porto, incluindo propostas de solução e a calendarização dos trabalhos para a sua concretização. Caso não o façam, perderão, em 2025, a oportunidade de cumprir uma promessa eleitoral do PSD.

Acessibilidades Marítimas – 2025 é uma oportunidade para virar a página e garantir um futuro mais positivo no transporte de mercadorias. Não podemos continuar a expor o nosso tecido económico a uma irregularidade constante. Também não podemos permitir que o transporte marítimo de passageiros seja comprometido por instabilidade ou decisões de natureza política. É crucial manter o equilíbrio e dar a devida atenção à conectividade no Triângulo, sobretudo entre a Horta e a Madalena, fomentando a união entre as ilhas em vez de as afastar. Nesse sentido, é essencial revisitar o processo dos novos navios elétricos e assegurar que as tarifas para não residentes, que incluem cidadãos nacionais, sejam ajustadas. Estas tarifas são uma medida injusta para os residentes em território nacional e a discriminação é potencialmente contrária à legalidade. A oportunidade está aqui: cabe-nos agir com responsabilidade e estratégia para proteger e fortalecer a nossa economia e as ligações entre as ilhas.

Estímulos – 2025 tem de ser o ano para resolver questões pendentes como as infraestruturas do Quartel do Carmo, prometido para ser um hotel, e o investimento no “Book Hotel” (antigo Grémio). É urgente lançar um pacote de estímulos e criar uma linha de apoio específica para revitalizar a nossa economia, que está estagnada. Estas ações são essenciais para dinamizar o tecido empresarial local, recuperar a confiança nos projetos de investimento e garantir o desenvolvimento sustentável da nossa ilha. O futuro do Faial exige decisões concretas e eficazes já no próximo ano.

Património - É urgente abandonar a política de negligência que tem condenado o nosso património ao esquecimento. Não podemos continuar a ignorar exemplos gritantes como o Castelo de São Sebastião, a Igreja de São Francisco, a Ermida de Santa Bárbara, o Portão de Porto Pim, a Casa dos Pescadores, a Casa das Guias de Portugal, o Clube Naval da Horta, os blocos de apartamentos da antiga Rádio Naval, o Forte de Santa Cruz, as infraestruturas militares, o Museu da Horta, a Trinity House, as Termas do Varadouro, as Casas dos Guardas Florestais, a Casa das Batatas, o Solar de São Lourenço, a antiga Biblioteca Pública, entre tantos outros.

O ano de 2025 deve ser encarado como uma oportunidade para tratar com seriedade o nosso património, incluindo o natural, que também tem sido negligenciado. A flora nativa desaparece a olhos vistos, mesmo em áreas protegidas como o santuário natural da Caldeira.

É hora de agir para proteger o que é nosso, antes que seja tarde demais.

Reabilitação Urbana – 2025 deve ser o ano em que demos à nossa cidade a oportunidade de se tornar um lugar mais feliz e acolhedor. É urgente estabelecer um plano mais eficiente para intervir junto dos proprietários das dezenas de casas abandonadas, muitas em ruínas, e encontrar soluções para os milhares de fios pendurados nas fachadas, que comprometem a imagem da cidade. A preservação das calçadas históricas deve ser uma prioridade, assim como a criação de mais zonas ajardinadas, para proporcionar um ambiente mais saudável e agradável aos faialenses. Este é o momento de agir e melhorar a qualidade de vida de todos.

O projeto que roubou brilho à Horta – Apesar do Senhor Presidente da Câmara Municipal da Horta tenha defendido na última Assembleia Municipal que a obra da “Frente de Mar” ficou muito bem conseguida e que a maioria dos Faialenses gosta, a minha opinião é completamente oposta. Este projeto não trouxe a modernidade prometida à cidade. Pelo contrário, é um espaço vazio, desprovido de alma e mal concebido do ponto de vista arquitetónico.

Além disso, a reformulação da zona evidenciou erros de engenharia que não são admissíveis numa obra desta dimensão e importância. São falhas que comprometem a funcionalidade e a segurança, além de demonstrarem uma falta de rigor na execução de um projeto tão caro e emblemático para a nossa cidade.

O que a Horta precisava era de algo simples: retirar o trânsito da Avenida e devolver-lhe os espaços verdes, há muito arruinados por políticas omissas. Em vez disso, gastaram-se mais de 3 milhões de euros num projeto que, desde a Igreja das Angústias, tem contribuído para a destruição do nosso património.

As eleições autárquicas de 2025 serão uma oportunidade crucial para os candidatos apresentarem soluções. Vão insistir neste caminho, que tem vindo a descaracterizar a cidade, ou propor algo verdadeiramente alinhado com as necessidades e a essência da nossa Cidade?

Um Feliz Ano Novo!