Assisti ontem, quinta-feira, via Facebook em direto, à apresentação das festas do Triângulo na BTL.
Fiquei a saber, com muito agrado, que disponho de uma condição, que até agora desconhecia, que é a de triangulense. Foi o presidente da Câmara das Velas que me informou que há mais um gentílico nos Açores. Estou contente com a promoção.
Voltando à BTL, era grande a minha expetativa para poder informar os leitores do INCENTIVO dos cabeças-de-cartaz da nossa maior festa.
Não tive sorte nenhuma.
Depois de ver anunciar os artistas para as festas das Velas, da Calheta, de São Roque e da Madalena, verifiquei que, da Semana do Mar, nada. O mesmo aconteceu com as Lajes do Pico.
Sendo a BTL uma ocasião de excelência para dar a conhecer aos de fora, que nos podem visitar, o que temos para apresentar durante o verão, estranhei que a Câmara da Horta não a tenha aproveitado.
Para além de quem nos visita, os espetáculos da Semana do Mar são muito importantes para a população local e, já agora, para os triangulenses.
Vou continuar a aguardar pacientemente, como aguardarão com certeza também os faialenses.
Cada um é que manda em sua casa mas, francamente, não vejo qual é a razão para tanto segredo. Até pela desvantagem em que coloca o concelho da Horta em relação à maioria dos outros concelhos do Triângulo.
Ainda me lembro de ler e ouvir críticas a câmaras anteriores por divulgarem o programa da Semana do Mar quase em cima da hora. É assim, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Há muito tempo que prevejo que teremos este ano, na Semana do Mar, um grande nome, talvez de carreira internacional, para brindar os faialenses com um espetáculo fora de série.
Se nos recordarmos que, aqui há uns anos, o presidente José Leonardo avolumou o pecúlio dos seus votos com a oferta da artista brasileira Daniela Mercury, e tendo em conta que o presidente Carlos Ferreira tem uma tendência pronunciada para a cópia, muito mais do que para a originalidade, não é difícil adivinhar que o executivo da Câmara queira imitar o fenómeno este ano, uma vez que é ano de eleições.
Esta coisa de governar para eleições é uma lata que vai ficando estragada. Por maioria de razão o caso concreto da Semana do Mar 2025 não devia obrigar a muita preocupação.
A coligação que está na Câmara, só se for muito descuidada é que poderá antever dificuldades nas próximas eleições autárquicas. Até porque a concorrência não dá sinais de ser muito forte.
Mas como referi, a tendência para a imitação é tão grande que eu acho que o fenómeno vai repetir-se.
Entretanto dei comigo a pensar noutro modelo para a organização da Semana do Mar. Já foi muito falado em anos passados, porém nunca aplicado.
É reparar, por exemplo, no concelho de Angra do Heroísmo que todos os anos tem um presidente diferente na comissão organizadora das Sanjoaninas. E pelos vistos, com muito sucesso. Não dei conta que o presidente da Câmara, há doze anos no poder, tenha sido beliscado eleitoralmente pela opção.
É claro que muitos concelhos utilizam o modelo da Horta. Com certeza pelos mesmos motivos. Mas seria bom para os munícipes um ar de liberdade que contribuiria para aliviá-los da pressão eleitoral.
Apesar de ainda não termos ficado a conhecer nenhum nome que comporá o cartaz, resta-nos pelo menos a certeza de que não teremos uma Semana do Mar sem artistas.